A depreciação é um custo muito pesado nas explorações agrícolas. Este custo vem da compra de máquinas e equipamentos, da construção de armazéns, furos artesianos, poços, muros, cercas, etc..

Se analisarmos este tema apenas pela vertente contabilística, o custo será “maior”. Isto acontece porque, para a Autoridade Tributária e Aduaneira, existem valores tabelados que são usados para o cálculo do período da depreciação.

Se usarmos um Trator como exemplo, temos um período para depreciar de 6 anos. Se este foi comprado por 50 000€ temos então 6 anos para fazer a sua depreciação, ou seja, dividir o custo da aquisição por 6 exercícios de forma a reduzir o peso desta compra no próprio ano.

Este Trator, no final da sua vida “útil” terá um valor residual. Este valor poderá ser de 10% do valor inicial. Para este exemplo é de 4 500€.

Mas será este o período adequado à depreciação da sua máquina? Se o Trator que comprou durar e conseguir executar as exigentes tarefas da agricultura durante muitos mais anos, faz sentido que a sua produção pague um valor mais alto do que pretende?

Formas de depreciação:

  • Pela ótica da AT:

Comprou um Trator por 50 000€, tendo um valor residual de 5 000€ (usamos o exemplo de 10% do valor inicial). O período para a sua depreciação é de 6 anos.

O valor a ser depreciado anualmente é de 7 500€ (50 000 – 5000 / 6 ).

Desta forma, as suas atividades terão de ter este custo associado aos custos de produção, mais os custos variáveis (combustível, revisões, etc..)

  • Pela ótica do empresário:

Compramos o mesmo Trator por 50 000€, com o mesmo valor residual mas atribuímos 10 anos como o período de vida normal de uma máquina deste género.

O valor anual da depreciação já baixou para os 4 500€.

Já reparou que o custo associado ao trabalho desta máquina tem um impacto muito menor no seu custo de produção?

Em suma, contabilisticamente, os valores apresentados na Lei nº 60-A/2005, de 30 de Dezembro têm de ser usados. Mas no cálculo do preço de venda dos seus produtos poderá utilizar valores diferentes. Isto porquê? Na realidade, as suas máquinas “vivem” mais que os períodos apresentados nesta lei.