Acidentes com tratores agrícolas e florestais
Abordarei neste artigo a seguinte temática “Acidentes com tratores agrícolas e florestais”. O distrito de Viseu é o 4.º distrito com mais mortes em Portugal.
A adesão de Portugal à Comunidade Europeia caracterizou-se nos primeiros anos por dois aspetos essenciais nos setores agrícola, pecuário e florestal: o decréscimo acentuado nos preços reais da maioria dos produtos e um enorme crescimento do investimento.
No período pós-adesão, as medidas sócias estruturais apoiaram o investimento em tratores agrícolas, máquinas e equipamentos, permitiu a mecanização das principais tarefas e o aumento da produtividade do trabalho. O número de acidentes de trabalho nas atividades agrícolas/florestais tem aumentado todos os anos, e com isso o número de vítimas, quer ligeiras quer mortais. Acompanhando a imprensa são vistas noticias que relatam estes acontecimentos e “todas as semanas ou morre uma pessoa ou fica ferida e com incapacidade para exercer a atividade.
As máquinas e os tratores agrícolas/florestais são responsáveis pela maioria dos acidentes de trabalho agrícolas/florestais, sendo Portugal um dos países da Europa com mais acidentes com tratores. Estes são veículos que já por si requerem perícia no seu manuseamento e desde logo apresentam perigos associados: dado ter aproximadamente 65% do peso no eixo traseiro e 35% no eixo dianteiro, a diferença de peso entre os dois eixos potencia o capotamento do veículo, por exemplo.
Medidas preventivas
Ao longo dos anos têm vindo a apurar-se as responsabilidades sociais para solucionar o problema e realizadas sessões de esclarecimento que pretendem promover a formação dos agricultores, elucidar as boas práticas e melhorar a segurança na utilização das máquinas e veículos agrícolas.
Atendendo a que a maioria dos acidentes envolve a utilização de tratores e de máquinas agrícolas/ florestais, é fundamental adotar medidas preventivas, e então devemos dinamizar campanhas de educação e sensibilização sobre segurança em tratores e de máquinas agrícolas/ florestais e avaliar incentivos à modernização do parque de tratores e de máquinas agrícolas/ florestais a nível nacional.
Conselhos
No uso do trator devemos:
- Adequar a velocidade às condições de trabalho (peso/características da alfaia) ou de condução (adequação ao trajeto);
- Usar o motor como travão em declives, selecionando a velocidade antes de iniciar a descida (evita reduzir ou travar a meio do declive);
- Arrancar suavemente, travar progressivamente; promover a estabilidade do trator (lastragem e alargar a bitola do trator);
- Circulação em estrada com os pedais de travão de pé ligados;
- Evitar trabalhar com o trator nas proximidades de socalcos, covas ou cursos de água. Devido à instabilidade podem desmoronar e deixar espaços suficientes para manobras seguras nas cabeceiras.
A todos que utilizem um trator ou venham a ter um trator, devem tirar um curso de formação. Como diz o ditado “o seguro morreu de velho”. Sensibilize-se para esta prática, pois os acidentes podem acontecer, e a melhor forma de se prevenir é estarmos informados e ter formação.
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Eng.º José Rui Gomes – IT Manager – Universidade do Minho, Jornal Terras do Demo, 18 de julho de 2019