A pandemia COVID-19 é o tema de hoje e esta alterou os nossos hábitos de vida e de trabalho nas últimas semanas. Como tal, para conter a disseminação do coronavírus em Portugal, muitas fábricas estão paradas, lojas fechadas, a produção limita-se ao essencial. Mais do que nunca a agricultura é o bem primário e não pode parar.

A agricultura no nosso concelho de Moimenta da Beira é extremamente fundamental para a economia local e exportação. Entre os principais produtos estão a maça, o vinho, o espumante, a castanha, o mirtilo, o azeite e os produtos do fumeiro. Com elevado número de produtos típicos, o concelho e o poder local devem enfrentar esta oportunidade, como um estímulo para se diferenciar e inovar, por forma a garantir a sustentabilidade dos seus agricultores, as suas gentes e economia local.

Em Portugal, não faltam alimentos nos mercados e distribuição, mas os produtores enfrentam dificuldades, como a mão-de-obra nos campos, o transporte e a distribuição. As pessoas, agora, podem sair pouco para comprar alimentos, com longas filas nos supermercados e, portanto, preferem comprar produtos em conserva, que duram vários dias. Por esse motivo, os produtos frescos são pouco vendidos. Além disso, os armazéns das empresas estão cheios de produtos que, se não são vendidos, deterioram-se, por falta do número de turistas, hotelaria e restaurantes fechados, e como tal a agricultura deve adaptar-se e procurar novas formas de vender os seus produtos. Se houvesse apenas um caso de infeção nas produções agrícolas, isso significaria ter de colocar em quarentena os trabalhadores, higienizar tudo e depois parar de trabalhar. Isso para o produto fresco perecível significaria o encerramento e o colapso para vários agricultores. Infelizmente, os trabalhadores agrícolas já são poucos e, se uma parte ficasse em casa, o sistema não aguentaria mais. É por isso que hoje é necessária a ajuda da UE ao trabalho agrícola.

Hoje, devido à pandemia COVID-19, pode haver dificuldades em semear e plantar, regar e realizar o trabalho, mesmo na colheita dos produtos. Isso colocaria em risco o ano agrícola de 2020, interromperia a cadeia de suprimentos agroalimentares e o fornecimento de alimentos aos cidadãos. Pode haver uma catástrofe no setor agroalimentar. Um risco a ser evitado pelo fortalecimento do setor.

Cabe assim à agricultura absorver parte do desemprego sem precedentes que a pandemia COVID-19 provocará. Por esse motivo, a UE deve perceber que é urgente introduzir, por meio de uma conversão radical da Política Agrícola Comum, dinheiro fresco em Portugal para apoiar o trabalho agrícola e a cadeia de suprimentos virtuosa e solidária. O poder local e empresários agrícolas tem uma nova oportunidade, com a ajuda da UE e do Ministério da Agricultura integrar e acolher jovens, e até passarem a residir no concelho de Moimenta da Beira, mostrando as vantagens e suas oportunidades. Sendo assim, é preciso também garantir a remuneração dos agricultores, organizando e agregando a tecnologia e os sistemas de trabalho à distância, com uma integração de logística, de modo a melhorar e explorar o concelho produz com grande qualidade.

 

Algumas notícias sobre agricultura:

  • “Ministério da Agricultura lança programa para apoiar produtos locais” – Ler artigo
  • “Covid-19. Ovos esmagados, milhões de cebolas enterradas e colheitas sem trabalhadores: alguns exemplos da desgraça do sector alimentar” – Ler artigo
  • “Covid-19: Grande parte dos produtos alimentares deve registar queda de preços” – Ler artigo

 

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Eng.º José Rui Gomes – IT Manager – Universidade do Minho, Jornal Terras do Demo, de 16 de junho de 2020