Hoje, vou incidir o artigo sobre a tecnologia na Agricultura, convidando o meu parceiro estratégico, o Eng. António de Azevedo Cabral, CEO & CTO da PowerUp.

Os setores agrícola e agroindustrial têm um papel fundamental na economia, quer na criação de riqueza quer de emprego.

Ao longo dos anos, tornar uma exploração agrícola rentável e sustentável trouxe aos agricultores enormes desafios, obrigou a uma mudança de paradigmas, e acima de tudo obrigou à modernização e recurso à tecnologia.

O custo e a escassez de mão-de-obra, a mecanização das tarefas, o recurso a técnicas de alta produtividade e a conhecimento técnico especializado, foram pilares fundamentais para a mudança.

Atualmente, a agricultura ‘inteligente’, ou de precisão, é uma realidade, e permite, através da gestão eficaz e eficiente dos recursos, traduzir o investimento em aumento da produção, de rentabilidade e diminuição de custos da exploração.

Mas, o que é a agricultura ‘inteligente’?

Não mais do que um conjunto de técnicas e práticas aplicadas a explorações agrícolas com recurso às tecnologias de informação e soluções tecnológicas, que aumentam o conhecimento e segurança na tomada da decisão, e proporcionam um aumento da produtividade, reduzindo os custos e impacto ambiental das explorações.

É um conceito que se associa à utilização de equipamentos e soluções de alta tecnologia (sejam dispositivos, ou software) para avaliar, ou monitorizar as condições de solo e meteorológicas numa determinada parcela de terreno, aplicando depois os diversos fatores de produção de forma eficiente.

Agricultura ‘inteligente’, ou de precisão, relaciona-se, por exemplo, com a aplicação diferenciada no terreno de sementes, fertilizantes, fitofármacos e água de rega e que se justifica, sobretudo, pelo elevado peso económico que estes fatores normalmente representam nos custos totais das culturas.

O crescente uso de “Drones” e tecnologia associada na agricultura ‘inteligente’, tem sido aplicado, por exemplo, na deteção de pragas e ervas daninhas e na fumigação de precisão.

Se à monitorização e gestão das condições do solo se juntar a monitorização das condições climatéricas e evolução do estado fenológica das plantas, durante as várias fases da cultura, dar-se-á origem a uma diversidade de dados, cujo cruzamento e gestão irão permitir ao agricultor, saber, em tempo real, o estado das suas culturas, adaptar os recursos e corrigir falhas, minimizar custos e reduzir perdas, o que no conjunto leva ao aumento da qualidade e rentabilidade da produção.

A diversidade de equipamentos e soluções disponíveis para a agricultura ‘inteligente’, (Sistemas de Informação Geográfica (SIG), Sistemas de Posicionamento Global (GPS), Deteção Remota, Sensores, Telecomunicações, Inteligência de Vídeo, Plataformas de Gestão de Dispositivos, Sistemas de Gestão Agrícola e de apoio à decisão…) tem vindo a crescer exponencialmente, não só resultante do desenvolvimento tecnológico específico para a agricultura, mas também pela adaptação de tecnologias já existentes noutras áreas à área agrícola.

Este crescimento tem levado a baixar o custo de equipamentos e soluções, à criação de novas áreas de negócio, e acima de tudo, a tornar aos olhos do agricultor o investimento e mudança para este tipo de agricultura um projeto exequível.

Se até há pouco tempo o valor do investimento era demasiado elevado e de retorno lento, atualmente é possível fomentar a mudança a preço muito mais acessível, e com resultados mais rápidos.

As maiores dificuldades prendem-se agora com a gestão, armazenamento e leitura de dados recolhidos dos diferentes equipamentos e soluções. Plataformas de gestão centralizada de dispositivos e de tratamento de dados que permitam ter uma visão simples e global da exploração para os Gestores Agrícolas por forma a tirar o melhor proveito da Agricultura ‘inteligente’ são hoje uma necessidade premente.

 

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Eng.º José Rui Gomes – IT Manager – Universidade do Minho, Jornal Terras do Demo, 13 de março de 2017