O Azeite

Hoje, vou continuar com o tema do Azeite, para mostrar as propriedades, qualidades e as zonas de cultivo. É e será um elemento essencial na vida quotidiana das cozinhas dos Portugueses.

O Azeite

O azeite da oliveira é um produto alimentar, usado como tempero, produzido a partir da azeitona, fruto advindo das oliveiras. Trata-se de um alimento antigo, clássico da culinária contemporânea, regular na dieta mediterrânea e nos dias atuais presente em grande parte das cozinhas.

O azeite da oliveira deve ser produzido somente a partir de métodos mecânicos e de temperatura. Na atualidade, os métodos tradicionais de processamento da azeitona deram lugar a processos modernos de extração, utilizando variação de pressão e temperatura. São necessárias de 1300 a 2000 azeitonas para produzir 250 mililitros de azeite. Com isso, o método tradicional de mistura do óleo à mão quase não existe mais, tudo é feito com máquinas e classifica-se segundo seu processo de produção da seguinte forma:

– Azeite de oliveira virgem, obtido por processos mecânicos. Dependendo da acidez do produto obtido, este azeite pode ser classificado como sendo do tipo extra, virgem ou comum. O azeite virgem apresenta acidez máxima de 2%.

– Azeite de oliva refinado, produzido pela refinação do azeite virgem, que apresenta alta acidez e incidência de defeitos a serem eliminados na refinação. Pode ser misturado com o azeite virgem.

– Azeite extra virgem. Não pode passar de 0,8% de acidez e nem apresentar defeitos. O órgão que os regulamenta e define quais defeitos são catalogados é o Conselho Oleícola Internacional.

– Azeite de oliva comum é obtido da mistura do azeite lampante, inadequado ao consumo, obtido através da prensagem das azeitonas. O azeite de oliva comum não possui regulamentação.

O azeite é um alimento clássico e omnipresente na dieta mediterrânea, que já conquistou outros continentes e cozinhas. O azeite é uma gordura vegetal por vezes mais cara do que os óleos, sendo muitas vezes chamado de “ouro líquido”.

É importante perceber que nem todas as gorduras que consumimos são prejudiciais para a nossa saúde. Na verdade, se queremos ser saudáveis, é mesmo essencial que reduzamos a ingestão das chamadas gorduras saturadas, essas sim prejudiciais.

As “más gorduras” estão presentes, por exemplo, na manteiga e margarina, nos lacticínios, nos fritos, na carne, entre outros. Já o extra-virgem, praticamente isento de gordura saturada, é referido pelos especialistas como a melhor gordura que podemos consumir. Além da vitamina E contém gordura monoinsaturada, beta caroteno e polifenóis.

O consumo de azeite é aconselhável a qualquer um de nós.

O Azeite extra-virgem tem muitos benefícios para a saúde, sendo uma gordura benéfica para a saúde, tem, o poder de aliviar as dores, auxiliar na prevenção da arteriosclerose, produzir um efeito protetor e tónico da epiderme, acelerar o metabolismo do organismo, favorecer a absorção do cálcio, estimular o crescimento, reduzir a inflamação vascular que ocorre depois de ingerirmos gorduras, ajudar a prevenir patologias como a doença de Alzheimer e diminuir a incidência de alguns tipos de cancro. O consumo moderado de azeite, em especial de azeite extra-virgem, está intimamente ligado à prevenção e combate de patologias cardiovasculares, assim como de doenças crónicas como diabetes, hipertensão arterial ou osteoporose. Por ser rico em gorduras monoinsaturadas, o azeite extra-virgem eleva o HDL (chamado de “colesterol bom”) e ajuda a reduzir o LDL (“colesterol mau”).

Dadas as características organoléticas e as variedades de azeitona, os Azeites da Beira Interior integram dois tipos regionais:

Azeite da Beira Alta e Azeite da Beira Baixa e têm a designação de Denominação de Origem Protegida da Beira Interior – Os Azeites da Beira Interior – DOP. O azeite da Beira Alta apresenta uma colaboração amarela levemente esverdeada a amarela clara, levemente esverdeada e sabor a fruto. Obtêm-se sobretudo da azeitona das Variedades Galega, Cornicabra, Carrasquenha, Negrinha, Madural e Cobrançosa. As zonas de maior incidência de produção de Azeite da Beira Alta são: Almeida, Celorico da Beira,Figueira de Castelo Rodrigo, Fornos de Algodres, Guarda, Gouveia, Manteigas, Meda, Pinhel, Seia e Trancoso;

Na região da Beira Interior a Galega Vulgar junta-se à Bical e à Cordovil de Castelo Branco, na Sub-Região de Azeites da Beira Baixa, dando origem a azeites complexos de aroma e sabor. As zonas de maior produção do Azeite da Beira Baixa são: Belmonte, Castelo Branco, Covilhã, Fundão, Idanha-a-Nova, Mação, Oleiros, Penamacor, Proença-a-Nova, Sabugal, Sertã, Vila de Rei e Vila Velha de Ródão.

A região de Moura é muito conhecida pela produção dos azeites e a Dominação de Origem Protegida (DOP) Azeite de Moura encontra-se consagrada pelo uso. O Azeite desta região é proveniente da associação das azeitonas Cordovil de Serpa, Galega Vulgar e Verdeal Alentejana. É um azeite muito frutado, amargo e picante, sendo de cor amarela esverdeada.

Na região dos Azeites do Alentejo Interior, existem condições de solo e clima muito particulares que dão origem a um ambiente natural que privilegia o desenvolvimento da oliveira. É uma região com uma gama de solos variada, todos eles ricos em cálcio e potássio, que influência o porte e produção da azeitona. O azeite tem cor amarela dourada ou esverdeada, aroma frutado suave de azeitona madura e/ou verde e outros frutos, nomeadamente, maçã e/ou figo transmitindo uma grande sensação de doce.

Nos azeites do Norte Alentejo, provenientes de algumas zonas de Évora, e de Estremoz, Borba e Reguengos de Monsaraz até Elvas, Campo Maior e Portalegre. O azeite resulta da associação da azeitona Galega Vulgar, Carrasquenha e Redondil. Os azeites que aliam os frutados das variedades com sensações fortes de maçã e outros frutos maduros, são ligeiramente espessos, com cor amarelo ouro, por vezes esverdeados.

Na região do Ribatejo a variedade que impera é a Galega Vulgar, aliando-se à Lentisca apenas em Torres Novas. Esta é a região dos azeites doces.

No distrito de Bragança, predomina o cultivo da variedade Negrinha de Freixo. Aqui começa a DOP de Trás-os-Montes que se estende por Alfandega da Fé, Vila Flor até Valpaços e Murça, passando por Mirandela. As azeitonas Madural, Cobrançosa e Verdeal Transmontana, no clima e nos solos de xisto da Terra Quente, dão azeites muito finos e complexos com odores acentuados de frutos secos. Sendo azeites equilibrados, apresentam uma sensação notável de doce, verde, amargo e picante.

A Phosphorland tem ao seu dispor uma equipa e um software que pode apoiar em novos projetos e na gestão da sua exploração Agrícola.

 

Algumas notícias sobre agricultura:

• “Jovens agricultores: candidaturas ao COOPJOVEM já abriram”- Ler artigo
• “Vêm aí mais apoios para a reestruturação da vinha” – Ler artigo
• “PDR 2020 ganha mais 155 milhões de euros” – Ler artigo

 

Se quiser ler outros artigos sobre a Nova Agricultura – Ler mais

Eng.º José Rui Gomes – IT Manager – Universidade do Minho, Jornal Terras do Demo, 26 de abril de 2017