Hoje, vou incidir o artigo continuando a falar sobre a tecnologia na Agricultura, mas falando do bem mais essencial “Água”, para uma melhor produção na Agricultura.

Em Portugal o consumo de água na agricultura tem representado em média cerca de 85% do consumo total de água, encontrando-se alinhado com os padrões de consumo a nível mundial.

Economizar água e/ou otimizar o consumo da mesma nas suas várias vertentes (consumo humano, industrial e agrícola) é um desafio ao qual a evolução tecnológica tem procurado dar resposta, onde o binómio “economizar água” se encontra intimamente ligado a “economizar energia”. Na agricultura, a tecnologia permite controlar os processos de irrigação, desde a origem da água (furos, albufeiras, rios, etc.), aos sistemas de distribuição (canais, condutas, estações elevatórias…) até à própria aplicação da água às culturas (gota-a-gota ou aspersão).

Dando como exemplo, o sistema de Alqueva, (notar que apesar do avanço tecnológico da região de Alqueva, Portugal continua a ter muitos sistemas de rega com mais de 50 anos de serviço) desde a barragem principal, aos reservatórios, barragens secundárias, estações elevatórias, canais e a própria rede secundária é controlada com recurso a tecnologias de monitorização e telegestão, assim como algumas associações de regantes e explorações agrícolas que também já possuem tecnologia aplicada aos sistemas de distribuição da água e de irrigação.

De referir que nos últimos dez anos, por exemplo, as médias unitárias de produção de tomate e milho duplicaram em Portugal, sem que se tivesse aumentado o consumo unitário de água, o que confirma que tecnologia aplicada á gestão da água na agricultura permite aumentos de produção com custos financeiros e ambientais menores associados a consumo de água. Este fato, justifica a prossecução da evolução tecnológica aplicada á distribuição/gestão e/ou economia da água nas explorações agrícolas.

Nesse sentido, a redução de custos de novos equipamentos, a otimização e robustez de comunicações aliada á eficiência, autonomia e gestão energética (utilização de energias renováveis – ex: sistemas solares e/ou eólicos) dos dispositivos de sensorização/monitorização de todo o sistema de distribuição e rega de água, permitirá devolver dados com mais exatidão e em tempo real. Tendo por base a qualidade dos dados, aplicações permitirão automação e gestão “inteligente” de instalações, blocos e sistemas de rega.

Importa considerar que as soluções aplicacionais de gestão e automação (“Cloud” ou Locais) de todo o sistema de distribuição, deverão poder interligar e/ou integrar, sempre que possível, sistemas de sensorização/monitorização já existentes com eventuais novos equipamentos. Racionalização de custos e expansibilidade/capacidade de crescimento da solução tecnológica são razões que justificam esta aproximação.

 

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Eng.º José Rui Gomes – IT Manager – Universidade do Minho, Jornal Terras do Demo, 12 de abril de 2017